31 maio 2010

O mal de Monjeza e Chimbalanga e a benção de Cavaco



As pessoas estavam agitadas naquele dia! A clínica registava um movimento frenético. Pessoas reclamando outras mesmo xingando as recepcionistas que não poupavam esforços para atender as pessoas com a impaciência a subir-lhes à cabeça.

No canto da pequena recepção, um enorme ficheiro abarrotado de fichas mal agrafadas. Lá no fundo da sala de espera uma velhota arrastava-se sobre sua bengala tentando localizar um assento. Ninguém deixava seu lugar para facilitar a vida da idosa.

Meu filho não parava de chorar, enchia o ambiente com a melodia dolorosa dos seus gritos.

- Senhor, pode entrar com o menino por favor. – Chamou a assitente da médica que se atrasara naquele dia. Desculpou-se do engarrafamento na cidade.

Deixei que minha cunhada levasse o menino. Eu sentei-me na cadeira deixada por uma jovem que tinha o pé inflamado. A velhota já estava sentada mas não parava de resmungar. Reclamava sobre a decadência dos valores cívicos e morais.

Ao meu lado estavam dois senhores, conversavam mas desconfiados. Os olhares dos demais viravam-se constantemente para eles. Peguei num jornal que estava na mesinha ao lado, passei o olhar rápido pelos títulos e um chamou-me atenção. Os senhores ao meu lado olhavam-me e sussuravam. Porquê?

- Puxa, os gays agora já podem casar-se na tuga? Esse Cavaco Silva aprovou mesmo a lei? – Uma moça baixinha com os olhos grandes e os óculos a ajustarem a feiura da sua aparência. Gritou depois de ver a notícia na tv.

Os dois senhores ao meu lado olharam-se. Vi o mais jovem a apertar as mão do outro. Eu continuava a ler o jornal sem muito interesse até que deparo com a notícia:

“Um casal de homens homossexuais foi condenado a 14 anos de prisão no Malawi, país da África Oriental. Os homens foram considerados culpados por perversidade sexual e atentado grave ao pudor.

Steven Monjeza e Tiwonge Chimbalanga, ambos na casa dos 20 anos, estavam presos desde Dezembro, altura em que celebraram uma cerimónia tradicional de noivado.

A condenação do casal, no início desta semana, causou revolta na comunidade internacional. A sentença foi anunciada hoje, quinta-feira.”

- Mas o que se passa meu Deus? Registos de homossexualidade remontam ao passado. Na Bíblia há referências sobre homossexualidade...

- Condenando-a. Preconceituosos, isso é discriminação. – Respondeu o senhor ao meu lado, o que apertava a mão do outro. Bufava. Levantaram-se com as mãos dadas e gesticulavam a outra em sinal de protesto.

- E porquê não condenam a poligamia? Esses governantes são uma cambada de polígamos e ficam a se meter com a gente. Também vamos discutir os nossos direitos aqui em Angola vão ver só. Respondeu o segundo senhor enquanto saiam sob o olhar discriminatório da maioria.

“Homossexualidade, poligamia, que polêmica heim”. Pensei.

Meu filho saiu do consultório e fomo-nos embora. Chamei o taxi, que chegou dez minutos depois. Ao volante ia um jovem na casa dos trinta anos. Ele olhava demoradamente para mim. Meu filho não parava de chorar e minha cunhada tentava acalma-lo. Virei-me para vê-lo no banco traseiro e sinto de repente as mãos do motorista sobre as minhas.

- Que porra é essa senhor? Retorqui.

- Desculpa-me senhor, não foi de propósito mas também é só um toque... gostaste?

- Gostaste uma ova pensas o quê?

- Penso no que estás a pensar.

- E no que estou a pensar?

- Tens preconceitos, achas que um homem não pode segurar na mão de outro homem. Disse ele animado, colocou uma música romântica.

- Olha jovem não me confundas e, pára já este carro aqui mesmo.

- Cunhado é o quê? Ele deve ser gay assim gostou de tí. Minha cunhada atirou.

E continuamos a marcha que mais adiante paralisou devido ao engarrafamento maldito na avenida da Marginal. E o som da música romântica ecoava alegre. E eu não deixava de pensar na questão da homossexualidade e da poligamia. “Meu Deus, em que mundo vivemos? Uns condenam, outros promulgam leis a favor, outros discriminam severamente, a homossexualidade e apoligamia”. O raio do motorista não deixava de olhar cobiçosamente para mim.

27 maio 2010

não posso escrever o poema que sinto no peito


"...Silêncio nas consciências

Silêncio no pensar

Silêncio na madrugada

Silêncio

Silêncio nas massas populares

Silêncio no coração dos camponeses

Silêncio no quartel do guerrilheiro

Silêncio nos canos das armas vazias

Silêncio

Silêncio na pergunta

Silêncio na resposta

Silêncio na noite maliciosa

Silêncio no esperar."



 "...O meu poema não sei escrevê-lo também


não posso escrever o poema que sinto no peito

por serem vários os versos.

São tantos os autores do meu poema

e versos assim trazem rima doutra inspiração."



Extractos de dois poemas de Nito Alves. Foto da net.

24 maio 2010

O lançamento do "O Último Recuo" de Isaquiel Corí


Sempre desejei conhecer pessoalmente os escritores angolanos. Agora que vou dando os meus primeiros passos na literatura, a interacção com escritores consagrados faz-nos adquirir experiências. Deleitei-me com o primeiro livro deste escritor, "Sacudidos pelo Vento", também saboreei os contos em "O último feiticeiro". Desde então desejei conhece-lo, Isaquiel Cori. Conhecemo-nos finalmente numa actividade do Lev´Arte, entrevistei-o na "Mesa Bicuda" (http://nguimbangola.blogspot.com/2010/03/ha-que-tornar-escola-numa-fabrica-de.html), foi um prazer. Anunciou o lançamento do "O último recuo" que também publicitamos aqui.


O lançamento aconteceu, e as imagens falam mais do que palavras.

Escritores e poetas marcaram presença para saudar o confrade Isaquiel Cori. António Pompílio, escritor consagrado com vários títulos publicados (eu amei o Mambele o engraxador e Mutudi, a dama de ventre de fogo). Ngonguita Diogo, a autora do livro "No Mbinda..." e Penelas Santana, o prosador da nova geração o seu mais recente livro "O mundo não desaba quando uma relação termina..." está a ser um sucesso de vendas. Vê-se o Chahoo Avó Ngola Avó, este jovem poeta lançou "Folhar o Mar no Ventre da Sliva", muito discreto. O meu amigo Décio Mateus, estou a gostar de ler "Xé Candongueiro". O escritor estreante Divaldo Martins, li o seu livro "Pedaços de Vida". O editor, Arlindo Isabel da Mayamba e Nguimba Ngola, autor do "Mátria".

Mulheres, elas amam a literatura. Vê-se a alegria no rosto da senhora que certamente vai devorar "O último Recuo". A minha amiga Sandra Carina, ela que está cursando jornalismo segredou-me que não quer perder os lançamentos de livros, "...informa-me sempre Nguimba". Combinado.

O Salvador, este oficial das FANA vai certamente gostar de ler o livro do Corí. Os jovens da Brigada Jovem da Literatura, sempre presentes.

Os jornalistas representaram bem a classe. O Isaquiel é ta,bém jornalista e seus colegas vieram cobrir o evento. A alegria no rosto. Abílio Carlos em representação da UEA ele também jornalista. Arlindo Isabel, jornalista e editor, António Quino o apresentador da obra é também jornalista.


José Severino, representante da gráfica Off Set. O livro tem qualidade técnica, bom trabalho. O jovem Kiokamba Cassua, apresentador dos eventos do Movimento Lev´Arte. Está a ser um grande comunicador.



Parabéns Isaquiel Corí  e que este não seja o último livro.

18 maio 2010

UNESCO celebra Dia de Língua Portuguesa

Os países membros da CPLP na UNESCO celebraram no dia 12 de Maio, na sede da organização, a quarta edição do Dia da Língua Portuguesa, data que foi motivo para o secretário executivo da Comunidade, o embaixador Domingos Simões Pereira, da Guiné Bissau, destacar a matriz cultural, fundamento da comunidade, que confere à parceria com a UNESCO uma importância crucial.
A UNESCO fez-se representar pela sua Directora-Geral, Irina Bokova e pela Directora-Geral adjunta para a Cultura, Françoise Rivière, que tomou a palavra, para além do presidente da Conferência-Geral, Davidson Hepburn, que, por impedimento físico, teve a sua mensagem transmitida em vídeo. Do grupo de países membros da CPLP na UNESCO, emergiu a intervenção inaugural do seu coordenador e delegado de Portugal, Manuel Maria Carrilho, seguida do discurso do delegado do Brasil, João Carlos de Souza-Gomes, que antecederam o pronunciamento do secretario executivo, a encerrar a parte política do acto. Estiveram ainda presentes nesta festa da Língua Portuguesa, o delegado de Angola junto da UNESCO, embaixador Diekumpuna Sita José, o representante permanente de Timor-Leste junto da CPLP, José Barreto Martins e a embaixadora de Moçambique em França, dentre outras personalidades diplomáticas, empresários e público em geral.

Seguiu-se o momento do espectáculo, iniciado com três poemas de Agostinho Neto, “Para além da poesia”, “Kinanxixe” e ‘O içar da bandeira”, lidos por Manuel Jorge, presidente da Casa de Angola em França. O cantor angolano Lulendo abrilhantou o palco da sala I da UNESCO, com a sua voz de fino timbre e o seu quissanje de sons ancestrais. Os mais de mil convidados, constituídos, na sua maioria, por cidadãos dos países de língua oficial portuguesa na diáspora e funcionários diplomáticos ou em missão de serviço na França e na Europa, puderam depois deliciar-se com músicas cantadas por Celina Pereira, artista caboverdiana e Maria Medeiros, de Portugal, apara além de escutarem poesia do pintor moçambicano Malangatana, declamada por um seu compatriota.

Um dos trunfos da CPLP

O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, fez menção, na sua intervenção, das actividades e dos projectos desenvolvidos pela organização que dirige e a UNESCO e que “conferem uma densidade apreciável a esta parceria”, tais como “a promoção e a internacionalização da língua portuguesa; a plataforma de partilha de conteúdos no âmbito da projectada TV da CPLP; o desenvolvimento de actividades ligadas à formação de profissionais da comunicação social em matéria de educação preventiva contra o VIH/SIDA; na formação de tradutores e interpretes de língua portuguesa; na área da alfabetização e da educação de adultos; na promoção e afirmação da diversidade cultural e na realização de manifestações culturais conjuntas entre a CPLP e a UNESCO.”

Domingos Pereira focalizou depois o seu discurso no esforço que a CPLP tem desenvolvido para introduzir a língua portuguesa como língua de trabalho nas organizações internacionais, com o “objectivo da projecção da língua portuguesa como língua global.” Este seria o tom principal da intervenção do delegado do Brasil junto da UNESCO, João Carlos de Souza-Gomes, ao anunciar os resultados mais marcantes da Conferência internacional sobre a língua portuguesa realizada em Março, no Brasil e que analisou o futuro do português no mundo, tendo aquele diplomata apelado a todos os países membros da UNESCO a apoiarem a pretensão do grupo da CPLP de ver o português como língua de trabalho no seio daquela organização internacional.

O delegado de Portugal, Manuel Maria Carrilho enfatizou a riqueza da língua portuguesa, falada hoje em dia por cerca de 250 milhões de habitantes da Terra, o que faz dela a oitava língua global e a terceira língua europeia mais falada no mundo. Sendo a língua oficial de nove países e da região administrativa especial de Macau, o português, apontou Carrilho, “é um dos espelhos que melhor reflectem e melhor exprimem a diversidade cultural de todos quantos a utilizam”, para a seguir anotar que “a História forjou laços profundos e resistentes, cuja solidez foi garantida pelo uso de uma língua comum, o português. Este idioma foi, assim, um elemento de unidade na diversidade.” Carrilho destacou, com base neste elemento de unidade que é a língua, o facto de a CPLP ser uma comunidade que vive, entes de mais, da comunicação entre os seus membros, cujas diferenças culturais são evidentes, o que exige de todos um “espírito de verdadeira negociação, de autentica coabitação, de efectiva convivialidade”, sendo este um dos “trunfos da CPLP no mundo globalizado de hoje”.

E foi a falar português em terras de Charles de Gaulle, que a soirée do dia 12 de Maio na UNESCO, transbordou da sala I para o espaço contíguo onde foi servido o cocktail da recepção a fechar o evento, depois de os convivas terem escutado as imortais baladas dos cancioneiros angolano e caboverdiano, nomeadamente Muxima e Sôdade, cantadas em coro pelos três artistas convocados para a festa da Língua Portuguesa.


José Luís Mendonça

12 maio 2010

"O Último Recuo" do I. Cori em breve...

Autor: Isaquiel Cori

Data: Quarta-feira, 19 de Maio de 2010

Hora: 18H30

Local: União dos Escritores Angolanos (UEA)


Sobre o livro:

“ (…) A leitura discorre facilmente e as folhas desse livro (…) sucedem-se umas às outras como sensações que sentimos numa mulher de orgasmos múltiplos, mais lemos e mais queremos saber o que pensa João Segura, o indivíduo, o comandante, o amante, o marido, o militar, o cidadão nesse pachtwork que é a sua vida; mais possuímos o livro e mais queremos ver aonde nos conduz. (…) Uma escrita muito realista e (…) um estilo muito descritivo que atrai desde as primeiras páginas: … as narrações da cobra que cruza a estrada; os incidentes de feiticismos; as primeiras visitas de Rosamaria ao cárcere são electrizantes; as reflexões sobre os livros que João Segura leu… É um livro que pela perspectiva de análise do fenómeno da guerra em Angola interessa fazer público…”

Adriano Mixinge, historiador e crítico de Arte

“O ÚLTIMO RECUO” vale morar na biblioteca de cada um de nós. A sua importância é literariamente histórica e actual na sua abordagem, se atendermos à nossa história recente. Como me ensinou um dia o meu grande mestre Jorge Luis Borges e eu cito: “…estamos sempre carregados, sobrecarregados pelo nosso sentido histórico” – quer queiramos ou não.

Neste romance documental, ele flagra nas suas referências as questões que atormentaram o nosso belo país. Nele ele exalta, pontualiza, toca nas suas indagações os resíduos e derivações teciduais da nossa sociedade felizmente em reconstrução.”

Frederico Ningi, poeta
Sobre o autor:

ISAQUIEL CRISTÓVÃO CORI
Nasceu em Luanda, em 1967. Entre 1985 e 1991 foi militar das ex-FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola), tendo sido bibliotecário na Base Naval de Luanda e posteriormente na Base Naval do Lobito. Trabalhou na Biblioteca Nacional. É jornalista, formado no IMEL – Instituto Médio de Economia de Luanda, com percurso profissional dividido entre o Jornal de Angola e o Jornal ÉME do MPLA.

Estudante da Faculdade de Letras e Ciências Sociais, tem já publicado os seguintes títulos: Sacudidos pelo Vento, romance (menção honrosa do Prémio Sonangol de Literatura 1994; O Último Feiticeiro, contos, Edições Chá de Caxinde, 2003; Pessoas com quem falar, entrevistas a escritores, UEA, 2003, co-autoria.

06 maio 2010

rocha Doce lisa a coxa


A um passo depois da coxa

Há uma colorida rocha
Onde nasce alegreMente
Um rio transbordante
E o peregrino encontra
Águas tépidas águas brancas
Usufrui-se com prazer o banho
E espasmos rítmicos
Fazem a massagem no ego no prego
Que prega fundo os sonhos no
Aconchego da rocha Doce e lisa a coxa
Deus é sábio desenhando nos lábios
Grandes e pequenos lábios da rocha
A sensibilidade do amor
Todas as árvores labutam para ter nas
Mãos e nos lábios as águas da rocha
Seria bom que não banalizassem
Seria bom que não vulgarizassem
O banho
Pois estranhos
Sucumbem na lagoa da rocha amarga
Distratada amassada por loucuras mercantis
Afirmo
Mais uma vez digo
Sorridente
Consciente A um passo depois da coxa
Há uma colorida rocha
Presente de Deus

04 maio 2010

A viagem no “espírito” de ParaN´dele.

A poesia, essa expressão da alma, tão subjectiva que ela é, não é certamente tarefa fácil descodificá-la. Receei expressar meus comentários de pós-leitura dos versos do amigo ParaN´dele de Belize, ao que após alguma insistência, demoveu-me.

Lí com muito prazer as cerca de cinco dezenas de textos deste jovem de Cabinda. É deveras “A expressão do espírito” do poeta. Este que, numa linguagem clara, sem muitos rebuscamentos, traz ao de cima “vozes do além”

Vozes de sopro
Além do corpo
Tépidas e negras
...
Caminhando sobre o tempo
Despindo negros tempos

Neste desnudar do seu espírito, o poeta vem liricamente ora cantando o amor, ora sofrendo por amor. O amor, o amor, ah o que este te faz! Ora vejamos, o poeta expressa a dor do amor perdido,

"... se o que me completa/ desenlançou-se em completa fúria/ assim sou uma fúfia/crucificado na solidão/ amor sinistro".

A dor é maior quando constata que perdeu a amada, “Perdi você”,

"Perdi você, nos jasmins do meu pomar
Murchando as flores..."

Este amor pode também ser miopia, leia-se “Miopia do amor”. No entanto ele também canta à “Bela Rainha”,

"Bela rainha, bela santinha
Adoça-me como a fruta pinha
...
Oh! Ben-dito seja a hora em que teu coração chora
Porque assim me adoras."

Notamos o poeta a expressar o seu romantismo, a expressar os sentimentos, seu estado de espírito. É o lirismo em alta.

ParaN´dele, com os seus “vertiginsos, sigilosos versos/escamoteada nas incultas barreiras/na véspera do parto...” expressa o seu amor à Pátria e, exalta, evoca, nomes, homens que lutaram e lutam por esta “Angola, Angola/ Angola de Neto/terra de preto/Angola yeto/de panos pretos”. Neto, referindo-se certamente ao poeta Agostinho Neto, é para o nosso jovem amigo, avó que “mostrou-nos o caminho/ d´Angola yeto". Ele reconhece que “hoje tenho identidade/porque do jugo colonial nos livraste/nas nossas terras voltamos/nos nossos campos cultivamos". Assim o jovem em diálogo com o poema de Neto “Havemos de Voltar” nos transmite o sentido pátrio, "de Cabinda ao Cunene”.

Este amor ao país, Angola, que é filha de África, faz o poeta escrever  “canta, canta mãe África/ em toda instância que te sentes fraca...” É cantando que nossos males espantamos, tem-se dito, logo África da fome, África da miséria tem que cantar.

A fome, esta “fome!/inimiga da paz/cúmplice da violência/inimiga da vida”, tem de ser pontapeada desta linda e rica África que chora e lamenta-se de tanto sofrimento.

O poeta, nostálgico, dedica também versos a sua terra natal “Belize meu.../ crescia na tua beira”. Certamente é em Belize ou seja, em Cabinda onde deleita-se com as imagens da TPA que “quão lícita a sua acção.../no destino da comunicação...” tem sido companheira amiga daí a homenagem ao único canal de televisão estatal do país. Ao Banco Sol, também dedica versos e, o poeta não esquece, nesta senda da homenagem o “homem escudo/ sacrário eleito” Dom Paulino Madeca.

São as notas possíveis de leitura dos versos do meu amigo Cabindense . Ele que lançará brevemente o seu primeiro livro de poesia. ParaN´dele, certamente deverá continuar a galgar no terreno escorregadio das letras na incessante busca do belo, pois poeta que é poeta está sempre aprendendo, aperfeiçoando o verso, a metáfora e muito mais.

Força jovem e continuemos firme nesta senda.

03 maio 2010

O "copo de água" na UEA - empossamento da nova direcção


Adriano Botelho de Vasconcelos, é agora o presidente da Mesa de Assembleia Geral, deixa o cadeirão da secretaria geral para Carmo Neto. "Carmo, a bola agora é tua" "O caminho é para frente Botelho, dar continuidade aos projectos e pensar global..."


Aguinaldo Cristovão, secretário da mesa da assembleia geral e Albino Carlos, secretário para as relações exteriores. "Albino, uma nova era certo?" "É Aguinaldo, vamos continuar com a promoção dos valores culturais nacionais e de todas as conquistas universais"

Epá! o meu amigo Abreu Paxe, secretário para os assuntos culturais da UEA. "Desafios mano, desafios"

Sapiruka, este poeta que eu quis a muito conhecer pessoalmente. Foi bom os momentos de prosa que mantivemos. Eis o poeta do "Xé candongueiro", Décio Mateus.

Não perdi a oportunidade de estar ao pé do novo SG da UEA.

Amilcar Xavier, gosto deste jornalista, ele é também o director do novo canal de televisão angolana TV Zimbo, aceitou prontamente fazer a foto. O meu amigo Nok Nogueira, poeta, artista plástico e jornalista, jovem muito talentoso.

Mulheres, mulheres lindas, o que seria do homem  sem mulher? Kanguimbo Ananás, Aminata Goubel e uma amiga querida destas belezas africanas.


Ngonguita Diogo, a mãe do "Mbinda.." o charme, o charme. O pequeno Gerson com a Seomara Santos, responsável do site da UEA. Marta Santos, muita simpatia, muita alegria, força mulher. Nzinga, funcionária da UEA, a mulher destaque do evento, foi a testa na organização dos quitutes largos e alegres, ela é a mãe do Gerson.
A cumplicidade na amizade. Victor Kagibanga e Lopito Feijoo. "sai um brinde Victor?". 

 
Miguel Dafranca, artista plástico e o seu filho, sempre seguindo o papá para onde quer que ele vá, muito bom. O escritor e deputado John Bella confabulando com Aminata Goubel, essa mulher jornalista e actriz.

O João Ntyamba, este grande velocista angolano, corre que corre. Também esteve presente. Gostei de conhecer-te ao vivo.

E como não podia deixar de ser, estava em grande o grande Manuel Rui, não perdi a oportunidade de me achegar ao escritor do "Quem me dera ser onda".


Momentos agradáveis. Os escritores angolanos demonstraram que vão continuar a manter uma "Profunda e activa solidariedade humana"


Para fechar, a  Preciosa e a Kitongo e colega, eles serviram-nos bem.

Aos novos membros de direcção da UEA e seus membros, votos de um contínuo labor em prol do desenvolvimento da cultura angolana.



Nota: O diálogo acima (5 primeiras fotos e a do VK e LF) é fruto de imaginação, pura ficção.